Economia
Comissão Europeia dá luz verde à venda do Novo Banco ao francês BPCE
A Comissão Europeia aprovou hoje a venda do Novo Banco ao BPCE, o segundo maior grupo bancário francês e que se vai tornar acionista único deste quarto maior banco português, considerando não existirem preocupações em matéria de concorrência.
"A Comissão Europeia aprovou, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da União Europeia, a aquisição do controlo exclusivo do Novo Banco, de Portugal, pela BPCE, de França. A transação diz respeito principalmente aos setores bancário e financeiro portugueses", anuncia o executivo comunitário em comunicado.
De acordo com a instituição, a "transação notificada não suscita preocupações em matéria de concorrência, dada a posição de mercado combinada limitada das empresas resultante da transação proposta", num negócio formalizado em meados de 2025 com uma avaliação de cerca de 6,4 mil milhões de euros e referente a 100% do capital do Novo Banco.Em junho passado, o BPCE (Banque Populaire et Caisse d`Epargne), segundo maior grupo bancário francês, assinou um memorando de entendimento para a compra de 75% do capital social do Novo Banco à Lone Star Funds.
Já em outubro, o Ministério das Finanças e o Fundo de Resolução assinaram um acordo com o grupo BPCE e a Nani Holdings, acionista maioritário do Novo Banco (e uma entidade detida pela Lone Star Funds), para a venda das participações minoritárias detidas na instituição (mais concretamente 11,5% pelo Estado Português e 13,5% pelo Fundo de Resolução).
Na altura, o Ministério das Finanças vincou que "esta operação permite concluir com sucesso uma longa etapa, iniciada com a resolução do BES [Banco Espírito Santo] e a posterior alienação do Novo Banco à Lone Star, contribuindo para a salvaguarda da estabilidade financeira" de Portugal.
"Esta operação permite ainda uma recuperação significativa dos fundos públicos utilizados na reestruturação do Novo Banco. A venda das participações do Estado e do Fundo de Resolução no Novo Banco, associada à distribuição de dividendos que ocorreu este ano, permite ao setor público recuperar quase dois mil milhões de euros dos fundos injetados na instituição", adiantou a tutela.
A conclusão oficial da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026, sujeita às aprovações regulatórias e ao cumprimento das formalidades contratuais.
O Novo Banco surge como instituição financeira saudável e resultante da resolução da falência do BES.